Sem mulheres pretas não há serviço público

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Datas trazem, em si, oportunidades de reflexão sobre nosso estar no mundo, o sentido da vida, das lutas. O mês de julho vem representando para mulheres negras oportunidades de recordar o passado e pensar o futuro. O ‘Julho das Pretas’ proporciona espaços de diálogo entre ações específicas, pontuais, particulares, pessoais e ações gerais, coletivas, humanitárias.

Nessa quinta-feira, 25 de julho, que marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, a Condsef/Fenadsef lembra a importância de políticas afirmativas, antirracistas e defende a presença cada vez mais ampla das mulheres negras no serviço público.

Integrantes do Coletivo de Mulheres Negras Servidoras e Empregadas Públicas do Governo Federal, Dalila Fernandes de Negreiros e Ana Julieta Teodoro Cleaver publicaram artigo que ajuda a pensar o tema. Em 2023, as pessoas negras correspondiam a 40,5% dos servidores públicos da administração pública federal, segundo Observatório da Presença Negra no Setor Público.

 

 

+ Leia o artigo: A lei de cotas para a representatividade de mulheres negras no serviço público

No início do ano 2000 essa presença era bem menor. Para cada 100 novos servidores do Executivo Federal, apenas 17 eram negros. A Lei de Cotas foi e continua sendo um importante divisor nesse cenário, mas ainda há muito que caminhar para seguir “enegrecendo” cada vez mais os espaços. São ainda as mulheres negras que precisam lutar mais para conquistar valorização.

Para a Secretaria de Gênero, Raça, Juventude e Orientação Sexual da Condsef/Fenadsef, essa Agenda Negra precisa ser inserida no cotidiano sindical, na agenda geral da classe trabalhadora. Sem mulheres pretas não há serviço público.

Atuando na linha de frente do atendimento público ou já presentes em postos estratégicos, ainda que em menor número, as mulheres pretas são protagonistas no serviço público. Nos planos de carreira, na ocupação de cargos, na prestação de serviços, nos trabalhos de cuidado e em locais estratégicos que pensam políticas públicas, é preciso seguir essa luta até que sejam derrubados os pilares dos sistemas produtivos que, ao longo dos séculos, usaram estratégias e narrativas para perpetuar a lógica de exploração sobre “a carne mais barata do mercado”.

É por isso que a Condsef/Fenadsef, seguirá ressaltando a importância de dias como hoje que ajudam a ampliar os debates que nos fortalecem na certeza de dias melhores.

 

Fonte: Condsef/Fenadsef

Arte: Sergio Trentini