Categoria está em assembleia permanente e critica arbitrariedade do governo
Em assembleia na manhã desta segunda-feira (8), as servidoras e servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no RS decidiram suspender a greve. A assembleia híbrida foi convocada pelo Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Federais do RS (Sindiserf/RS).
Os servidores seguem mobilizados, exigindo condições de trabalho e em caráter de assembleia permanente. A postura arbitraria e anti-sindical do governo e do judiciário foi muito criticada pela categoria, que luta pela retomada da mesa específica de negociação depois que o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) fechou novas possibilidades da apresentação de contraproposta.
Servidor do Ibama e secretário de Movimentos Sociais, Gênero e Etnias do Sindiserf/RS, Joelsio Luiz Barbosa dos Santos lembrou que a categoria cumpriu, de imediato, a decisão judicial e que isso atingiu diretamente o direito de greve. “A suspensão da paralisação aqui no Rio Grande do Sul se deve a essa arbitrariedade do governo”, salientou ele que também chamou atenção para o fato do governo não ter apresentado uma resposta à proposta feita pelos trabalhadores. “Não sabemos nem em que parâmetros podemos discutir”, lamentou Joelsio.
“É fundamental continuarmos mobilizados e buscar caminhos para reabrir a negociação”, declarou a secretária-geral do Sindiserf/RS, Eleandra Raquel da Silva Koch, ao afirmar que é o conjunto dos servidores públicos federais vivem um momento bastante difícil no debate com o governo e que o prazo de envio da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é 31 de agosto. “O governo já divulgou que pretende enviar antes e precisamos garantir orçamento para o serviço público em 2025 e há, também, os acordos que já foram feitos e precisam ser aprovados pelo Congresso Federal”, lembrou ela.
O secretário-geral adjunto do Sindicato e servidor aposentado do Ibama, José Mário Amaral Virué, também criticou o que classificou como “ditadura do judiciário.” Para ele, é lamentável essa postura do governo. “Desde 1988 lutamos pela regulamentação do direito de greve. Que é um recurso, uma ferramenta legítima daqueles que não são ouvidos”, enfatizou.
Ainda na assembleia foi eleita uma comissão de mobilização e sinalizada a criação de outra, que ficará responsável por fazer um levantamento das condições de trabalho. Um novo encontro ficou agendado para a próxima segunda-feira (15), às 10h.
O assessor jurídico do Sindiserf/RS, Marcelo Garcia Cunha acompanhou da assembleia.
Entenda – O movimento paredista nacional iniciou na segunda-feira (1º) e na quinta (4), o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) determinou retorno de 100% das atividades consideradas essenciais pela justiça, sob pena de multa de R$200 mil por dia em caso de descumprimento. Ainda na sexta (5), os servidores informaram o cumprimento da decisão judicial.
A paralisação não afetava setores estratégicos, a exemplo do combate ao fogo com 100% de atividades mantidas. Além de incêndios florestais, outros setores seguiam regime especial durante a greve: fiscalização, licenciamento, unidades de conservação, fauna, flora e emergências.
Fonte: Sindiserf/RS
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