Homem morreu eletrocutado após entrar em contato com um cabo energizado da Equatorial Energia, na manhã da última quinta-feira (4), em Bagé. A vítima, identificada como Murilo Vieira dos Santos, tinha 24 anos e era trabalhador rural. O acidente aconteceu quando ele estava andando à cavalo em uma estrada vicinal, na zona rural de Bagé, quando entrou em contato com o fio energizado. O cabo estava solto no local desde o último vendaval que assolou a região.
Esse não é o primeiro caso de morte por choque elétrico com fios soltos da Equatorial Energia no estado. Ainda em março deste ano, um menino de 11 anos morreu eletrocutado ao tocar cabo energizado caído enquanto brincava, em Viamão.
Além de colocar em risco a segurança da população do Rio Grande do Sul, o descaso da Equatorial Energia deixou cerca de 7 mil clientes sem luz no estado, após o temporal de 30 de março. Enquanto algumas localidades tiveram o retorno de energia, moradores de alguns bairros de Porto Alegre relatam estar a cinco dias sem energia elétrica.
O estado já havia sido afetado por outra grande tempestade, em 16 janeiro deste ano, que causou queda de luz, árvores, alagamentos e falta de água em diversas cidades. A Equatorial, concessionária responsável pelo atendimento da população, teve diversas falhas em oferecer um serviço eficiente. Causando a demora na religação de energia.
Porto Alegre ficou uma semana sem fornecimento de luz após o temporal de janeiro. Depois de muitas críticas à atuação da Equatorial, a Câmara de Municipal de Porto Alegre deu início a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o desempenho da empresa privada durante o ocorrido. Até o momento órgãos como a Defesa Civil, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Sustentabilidade (SMAMUS), a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) e Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs). A CPI segue em andamento na Câmara Municipal de Porto Alegre.
Um relatório divulgado pela Agergs na última quarta-feira (3), revelou que a Equatorial Energia havia recebido um alerta de tempestade dias antes e falhou no preparo das equipes de resposta. O descaso ficou evidente na demora do atendimento, na falta de veículos equipados e de profissionais preparados para trabalhar com linhas energizadas. O documento também revelou que houve um decréscimo na qualidade do serviço oferecido pela Equatorial nos últimos meses, marcado por uma demora para religar a luz de seus clientes.
Os três contratos responsáveis pelas atividades de regulação das concessionárias de energia, encerraram em 31 de março deste ano. Porém, o funcionamento da fiscalização da Agergs necessita de investimentos do governo Eduardo Leite (PSDB.. Como um aumento no quadro de funcionários no órgão, que consequentemente, pode evitar a defasagem do órgão. O governo não apresentou nenhuma medida efetiva de combate ao desrespeito da Equatorial Energia com a população. Enquanto isso, o requerimento de abertura de uma CPI para investigar falhas das distribuidoras de energia elétrica no estado, aguarda apenas uma única assinatura para ser enviado à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALRS). Ao total, é necessário que 19 deputados assinem a proposta para que ela seja enviada. Se criada, a CPI se propõe a fiscalizar a atuação das concessionárias Equatorial Energia e da RGE no estado, para garantir que as concessões cumprem com as necessidades do público.
Fonte: CUT-RS
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