O Fonasefe é contra a política de incentivos que empurra o servidor público ao endividamento, em contraste com a valorização salarial da categoria. Entretanto, não podemos ignorar a realidade imposta nesses últimos anos de grande perda salarial, sem reajustes, com que fez que muitas pessoas optassem por créditos consignados.
Com a derrubada do veto (VET 61/2022) em abril houve um aumento de 40% para 45% dos vencimentos na margem do crédito consignado. À primeira vista parece interessante, mas nessa nova regra os 45% citados são divididos em 35% para o empréstimo consignado (redução da margem), 5% para amortizar dívidas com cartão de crédito e 5% reservados para amortizar despesas do cartão benefício. Para piorar o cartão benefício criado possui juros maiores o que aprofunda mais o endividamento.
Esses percentuais acima são descontados diretamente no contracheque dos servidores e servidoras, ou seja, quem já tinha toda a margem comprometida terá sua renda desviada para um novo modelo que dificulta o pagamento da dívida adquirida.
Diante do exposto, nós do Fonasefe consideramos um agravante contra os servidores e servidoras tal engessamento dos empréstimos consignado que retira a liberdade de opção e agrava a frágil situação financeira de tantos brasileiros. Ontem (22/06), na reunião com o representantes do governo, o Fonasefe cobrou a resolução do caso e apresentou reivindicação ao governo para ampliar o programa DESENROLA, para que os servidores com dívidas impagáveis, possam negociar suas dívidas e sair do sufoco vivido.
Além disso, enviamos uma carta aberta solicitando audiências públicas no Congresso Nacional e reuniões com o Ministério da Fazenda para tratarmos do assunto.
Fonte: Fonasefe
Foto: Fonasefe