Ibama, Funai e Força Nacional executam ofensiva para retomada do território Yanomami

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Agentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagraram nesta semana ações de fiscalização em defesa das terras indígenas e de combate ao garimpo ilegal no território Yanomami, em Roraima, no Norte do país. Até a noite de terça-feira (7) haviam sido destruídos um helicóptero, um avião, um trator de esteira (usado para abrir “ramais” na floresta) e estruturas de apoio logístico aos garimpeiros, segundo o Ibama.

Além disso, foram apreendidas duas armas e três barcos com cerca de 5 mil litros de combustível. O Ibama faz as operações nas terras Yanomami com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública.

As forças instalaram uma base de controle no rio Uraricoera com o objetivo de impedir o fluxo de suprimentos para os garimpos. Os invasores usam o rio também para chegar às áreas indígenas e, igualmente, para fugir. O espaço aéreo está sendo controlado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Além de gasolina e diesel, as “voadeiras” (como são chamados os barcos velozes com motor de popa) de 12 metros carregavam até uma tonelada de alimentos, freezers, geradores e antenas de internet. Os suprimentos estão sendo apreendidos e serão usados para abastecer a base de controle, informa o Ibama em seu site.

 

 

 

 

 

 

 

“Nenhuma embarcação com carregamento de combustível e equipamentos será autorizada a seguir daquele ponto de bloqueio em direção aos garimpos”, afirma o Ibama. A instalação de bases de controle será estendida para outras áreas da terra indígena. A estrutura logística é fornecida pela Funai, e o apoio dos indígenas nesta fase é fundamental.

 

Pistas clandestinas

O Ibama também realiza operações aéreas por meio do Grupo Especializado de Fiscalização (GEF), que monitora pistas de pouso clandestinas. Contiuarão sendo realizados sobrevoos para identificar e destruir a infraestrutura do garimpo, incluindo aviões, helicópteros, motores e instalações.

O Ibama também fiscaliza distribuidoras e revendedoras responsáveis pelo comércio irregular de combustível de aviação que abastece os garimpos. A Polícia Federal investiga o crime de genocídio contra os Yanomamis.

De acordo com o Ibama, “o objetivo principal da operação é inviabilizar linhas de suprimento e rotas que abastecem e escoam a produção do garimpo, além de garantir a permanência das equipes de fiscalização por prazo indeterminado”.

As ações são acompanhadas pela Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, da Advocacia-Geral da União (AGU).

 

Destruição bolsonarista

De acordo com levantamento elaborado pela Hutukara Associação Yanomami, no intervalo entre outubro de 2018 e dezembro de 2022, o desmatamento resultante do garimpo ilegal na Terra Indígena (TI) Yanomami aumentou 309%. Em dezembro de 2022, último mês do governo de Jair Bolsonaro, a área devastada era de 5.053,82 hectares, ante 1.236 hectares detectados no início do monitoramento.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Foto: Divulgação/Ibama