Em editorial publicado nesse fim de semana, a Folha de São Paulo classifica a estabilidade no serviço público como uma “anomalia”. A direção da Condsef/Fenadsef reage ao jornal que atribui à estabilidade de servidores uma dificuldade “extrema” na gestão do quadro de pessoal.
É anomalia o jornal ignorar que a estabilidade é uma proteção para a sociedade brasileira. São muitos os exemplos de servidores públicos que só puderam barrar desvios de recursos e corrupção no setor público porque possuem estabilidade.
A estabilidade também é uma proteção para que os serviços prestados sejam para toda a população, sem nenhum tipo de discriminação ou privilégio. Imagine se um chefe assediador, que pretende beneficiar seus asseclas tivesse autoridade para demitir quem não “rezasse por sua cartilha”. O servidor seria demitido ao primeiro sinal de contestação.
O arcaico sistema do “manda quem pode e obedece quem tem juízo” é o que vigora no setor privado (vejam quanto assédio, exploração e humilhação que sofre o trabalhador). Era isso que o governo Bolsonaro, granada no bolso do servidor e do povo, queria impor no serviço público, mas não conseguiu.
A estabilidade é um direito inegociável que seguiremos defendendo, pois garante ao servidor a proteção e autonomia necessária para defender os interesses da população e não de políticos de ocasião. Em vez de ela ser retirada no setor público o que precisa é estender a estabilidade – que já existiu – também no setor privado.
Fonte: Condsef/Fenadsef
Foto: Reprodução/DR