CUT-RS e sindicatos cutistas reforçam ato em Porto Alegre pelo fim da escala 6×1

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Dirigentes do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Federais do RS (Sindiserf/RS) se somaram às milhares de pessoas que tomaram a Orla do Guaíba, em Porto Alegre, na sexta-feira (15), em um grande ato contra a escala de trabalho 6×1 e em defesa da redução da jornada semanal para 36 horas, sem redução salarial.

A concentração começou na Praça Júlio Mesquita, em frente à Usina do Gasômetro, e, por volta das 15h, os manifestantes marcharam pela Orla do Guaíba. Com faixas, cartazes e bandeiras de sindicatos e partidos de esquerda, o protesto integrou uma série de manifestações nacionais convocadas pelo Movimento Vida Além do Trabalho (VAT).

A secretária-geral do Sindiserf/RS, Eleandra Raquel da Silva Koch salienta a importância de todas as entidades se integrarem nesta luta. “A escala 6×1 é manifestação do desemprego estrutural, característico da barbárie do neoliberalismo. Por isso, o Sindicato e o conjunto dos servidores e empregados públicos fortalecem essa luta”, afirma.

Para Marcelo Carlini, dirigente da CUT-RS, o momento é crucial: “Se não for no governo Lula, será quando? A energia da juventude nas ruas, junto com sindicalistas e militantes, desmente a propaganda de que ‘a CLT passou’ ou que ‘os jovens não querem carteira assinada’. Esses atos contra o 6×1 devem impulsionar também a luta pela revogação da reforma trabalhista. Estar nesse combate é o nosso papel.”

Diminuição da jornada é bandeira histórica da CUT

A CUT tem uma longa trajetória de luta pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial, uma bandeira histórica do movimento sindical no Brasil. Desde sua fundação, em 1983, a Central tem defendido que a diminuição das horas trabalhadas é fundamental para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, aumentar a geração de empregos e distribuir renda. Em 1988, foi protagonista na conquista da redução da jornada de 48 para 44 horas semanais, garantida pela Constituição Federal.

As manifestações acontecem em meio a uma mobilização nacional por mudanças na legislação trabalhista. Durante a semana, a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim da jornada de 44 horas semanais, vigente desde 1943, e sua substituição por um limite de 36 horas. A proposta reforça a pauta do movimento, que defende a valorização da qualidade de vida dos trabalhadores.

Os dirigentes cutistas presentes na manifestação destacaram a relevância de unir forças entre juventude, sindicatos e movimentos sociais para pressionar por avanços concretos. Além disso, os sindicatos reforçam que a luta pela revogação da reforma trabalhista deve caminhar lado a lado com o fim do 6×1, em busca de condições dignas de trabalho e vida para a classe trabalhadora.

Mobilização também ocorreu no interior

Em Pelotas, o ato contra a escala 6×1, que teve apoio da regional sul da CUT-RS e também de sindicatos cutistas, como do Sindicato da Alimentação, reuniu cerca de 200 pessoas na tarde de sexta-feira (15), a manifestação teve início no chafariz do Calçadão, seguido de uma caminhada até o Mercado Público, onde ocorreu o encerramento.

Segundo Lair de Mattos, presidente do sindicato, o protagonismo da juventude na mobilização foi destaque. “Tivemos uma boa participação, considerando que o ato foi convocado de última hora e em um feriado. A juventude, que tomou a iniciativa de organizar e conduzir o evento, está de parabéns” afirmou Lair.

Além de Pelotas, inúmeras cidades gaúchas tiveram atividades e mobilizações contra a escala 6×1. Os atos no RS refletem a força de uma mobilização nacional, com protestos simultâneos em diversas capitais, como São Paulo, Brasília, Recife, Curitiba e Manaus, demonstrando a urgência de mudanças estruturais no modelo de trabalho no Brasil.

Fonte: Sindiserf/RS com informações da CUT-RS

Fotos: Matheus Piccini (CUT-RS)