Ato pela Democracia toma as ruas do Centro de Porto Alegre

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Dirigentes do Sindiserf/RS marcaram presença no ato

 

O auditório do SindBancários ficou pequeno para tantos defensores e defensoras da democracia brasileira nesta segunda-feira. O “Ato pela Democracia”, organizado pela CUT-RS, centrais sindicais, partidos políticos e movimentos sociais, para marcar o 8 de janeiro em Porto Alegre saiu do espaço limitado a 120 pessoas e ganhou as ruas, em um movimento ampliado para incluir quem ficou do lado de fora do Sindicato dos Bancários.

Centenas de pessoas desceram a ladeira da Rua General Câmara até a Rua dos Andradas aos gritos de “sem anistia” para os envolvidos nos atos golpistas de um ano atrás. O ato ocorreu, então, no passeio público da Rua da Praia.

 

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Para o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, o 8 de janeiro visava “completar o serviço” de ataques aos direitos dos trabalhadores, que teria sido iniciado com as reformas trabalhista e da previdência. “A gente não deve minimizar o que aconteceu no ano passado. Eles queriam vender tudo o que tinha de patrimônio público nesse país. Queriam nos calar, nos prender porque nós somos a resistência e é isso que vai assegurar um Brasil de direitos, um Brasil democrático, com servidores valorizados, com trabalho decente. Essa é a nossa luta! Sejamos vigilantes porque a Democracia se constrói diariamente”, exaltou.

 

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O ex-governador Tarso Genro fez a abertura. “Seguramente, esse ato vai entrar para o calendário político da história do nosso País”, destacou. O ex-ministro da Justiça afirmou que a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2023 começou com o impeachment de Dilma Rousseff: “Um impeachment completamente manipulatório. Inclusive, colocou o próprio Supremo Tribunal Federal como cúmplice involuntário daquela manobra política. Ali começa a desestruturação institucional da democracia republicana no Brasil.”

Tarso disse ainda que Alexandre de Moraes “encarnou uma resistência que o nosso governo não pode encarnar, por estar no começo”. E reforçou a fala do ministro do STF contra o “apaziguamento”. “Eles (os golpistas) têm que ser processados, com direito de defesa. Tudo o que for provado tem que colocá-los na cadeia”. O ex-governador defendeu ainda que o País passe por um longo período de estabilidade com uma união que vá do centro até a extrema-esquerda.

 

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Representando o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, o desembargador Luiz Alberto de Vargas ressaltou que “quando a Justiça do Trabalho esteve ameaçada, o movimento social foi para a rua abraçá-la”. Para o magistrado, o Poder Judiciário “nem sempre esteve no caminho da democracia, mas fez uma autocrítica e, por isso, foi atacado”. “Não podemos ser coniventes com o esquecimento, com a massificação, quando está em disputa valores republicanos. Se assim demonstrarem as provas e os processos, que os responsáveis sejam rigorosamente punidos porque é isso que o Brasil exige”, defendeu.

 

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Outras lideranças participaram do ato exaltando a democracia e que os responsáveis pela ação golpista de um ano atrás sejam responsabilizados criminalmente. “Uma democracia inabalável também passa pela punição exemplar para aqueles que atentaram contra o estado democrático de direito, e que sirva de exemplo a todos com intenções golpistas”, enfatizou Amarildo.

 

Fonte: CUT-RS com Sul21

Fotos: Reprodução CUT-RS