Em Brasília, Sindiserf/RS engrossa luta pelo reajuste salarial em ato dos servidores públicos federais

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A delegação do Sindicato dos Servidores Públicos Federais do RS (Sindiserf/RS) participou do ato público pela recomposição salarial, ocorrido no final da manhã desta sexta-feira (15), durante o XIV CONCONDSEF e o V CONFENADSEF. A atividade foi no Espaço do Servidor, no Bloco C da Esplanada dos Ministérios, em Brasília e reuniu centenas de delegadas e delegados que participam do evento.

“Precisamos reconstruir o Serviço Público para reconstruir o Brasil. Não precisamos de déficit zero”, disse a secretária-geral do Sindiserf/RS, Eleandra Raquel da Silva Koch, que enfatizou a necessidade de investimentos no setor.  “Serviço público não é gasto, é investimento”, sentenciou.

 

 

Para ela, a maior ameaça aos servidores públicos do país é a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 32), que desde o governo anterior é uma espada apontada para a cabeça da categoria. “Para avançarmos e construir o país que queremos é necessário, também, enterrar de vez a PEC 32, da reforma administrativa, que é o fim do serviço público. Não à PEC 32″, declarou.

Na atividade, os servidores cobraram do governo a previsão de recursos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para a recomposição salarial em 2024. O governo vem alegando falta de recursos em função do novo arcabouço fiscal. Na próxima segunda-feira (18), acontece a 6ª rodada de negociações da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) com o governo, confirmada pelo MGI.

 

 

Manhã de análise de conjuntura

Antes do ato na Esplanada, a mesa sobre Conjuntura e os Desafios para a Classe Trabalhadora foi realizada na parte da manhã.

O secretário de Finanças da Condsef/Fenadsef e diretor da CUT Nacional, Pedro Armengol salientou as guerras, as questões climáticas e as tendências de eleições de governos de extrema direita, em diversos países, como exemplo citou o caso do Milei, na Argentina. “Isso é produto da desesperança das pessoas, da falta de perspectiva de um futuro melhor. A pior consequência do neoliberalismo não é econômica, é na vida das pessoas, num comportamento focado no individualismo”, disse.

Armengol abordou o que classifica como “uma grande vitória.” Para ele, apesar de todos os problemas, “conseguimos barrar o processo de destruição que estava vigente desde o golpe.” Ele também lembrou a luta contra a PEC 32, que ao todo teve, 14 semanas de embate e mobilizações de servidores das três esferas. “A conjuntura é difícil, o inimigo é forte, mas sabemos fazer luta e resistir”, finalizou.

 

 

Após, o diretor técnico do Dieese Fausto Augusto Júnior falou sobre as mudanças no mundo do trabalho que foram ainda mais intensificadas após a pandemia. Além dos impactos e desafios na vida das pessoas e no movimento sindical. “Em um tempo médio, boa parte do trabalho desenvolvido por um servidor público, será feito por máquinas”, declarou.

Segundo ele, nos acostumamos a fazer um grande debate sobre o que é o neoliberalismo, mas não conseguirmos fazer o debate sobre o fascismo, porque achávamos que isso já estava superado, que era questões dos livros de história. “É muito difícil fazer esse debate porque o fascismo dialoga com as pessoas em diversos setores e as torna, lentamente, em cidadãos conservadores.”

“Costumamos falar que ‘na nossa época era melhor’, mas não era. A maioria aqui viveu na ditadura ou no final dela, e não tínhamos política de estado, política públicas. E nas últimas décadas, foi isso que construímos para construir uma época melhor, pois política pública, social significa serviço público”, afirmou Fausto.

O economista apresentou dados das despesas dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade por Função e Subsunção 2023 e falou da correlação de forças no parlamento e disputa com o executivo. “Diante disso, precisamos ter consciência que temos inúmeras dificuldade para tocar em frente o nosso projeto.” Por fim, Fausto defendeu que a reforma tributária é a mãe de todas as reformas, “se fizermos uma boa reforma, conseguiremos ter um país mais justo”, ponderou.

 

 

Na parte da tarde, aconteceu a apresentação das teses e o debate sobre a conjuntura, o plano de lutas e pauta de reivindicações.

 

Fonte: Sindiserf/RS

Fotos: Renata Machado