O aniversário de 40 anos da CUT foi celebrado no primeiro dia do 16º Congresso Estadual da CUT Rio Grande do Sul (16º CECUT-RS), na última sexta-feira (4), com merecidas homenagens a fundadores, ex-presidentes, dirigentes e lideranças indicadas pelas federações e sindicatos filiados.
Os nomes de trabalhadoras e trabalhadores apontados pelas entidades, que contribuíram na construção da maior central sindical do Brasil e da América Latina, foram impressos em cartazes vermelhos, que foram erguidos por delegados e delegadas.
A leitura dos nomes coube ao presidente e à secretária-geral da CUT-RS, Amarildo Cenci e Vitalina Gonçalves, respectivamente.
Foram lembrados, dentre outros, dois ilustres fundadores e integrantes da primeira executiva nacional da CUT: o senador Paulo Paim (PT-RS), que foi secretário-geral, e o ex-governador Olívio Dutra (PT), que foi secretário de Ciência e Tecnologia.
Vários ex-presidentes da CUT-RS ao longo desses 40 anos estiveram presentes no congresso, como Claudir Nespolo, Celso Woyciechowski, Quintino Severo, Jairo Carneiro, Chico Vicente e José Fortunati, como revela a foto com o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre.
Também foram recordados sindicalistas e militantes que foram importantes na história da CUT, mas já não estão mais entre nós fazendo a boa luta, como Siderlei Oliveira, Julieta Balestro, Gessy Prates, Conceição Paludo, Luiz Felipe Nogueira, Gabriela Kuball, Geraldo Muzykant e Virgínia Faria, dentre tantos companheiros e companheiras.
Pelo Sindicato dos Servidores Públicos Federais do RS (Sindiserf/RS), foram homenageadas as ex-diretoras Venina Pureza de Freitas e Angelina Cali e, o atual secretário-geral adjunto, José Mário Amaral Viruê e o secretário de Relações Intersindicais e Parlamentares, Marizar Mansilha de Melo.
Todos foram aclamados e receberam calorosos e merecidos aplausos.
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Maior presente que a classe trabalhadora deu ao Brasil
“A CUT foi o maior presente que a classe trabalhadora deu ao Brasil. Temos no nosso DNA as marcas das greves que abalaram o país no final da década de 1970, a luta pela dignidade e reconhecimento do nosso papel na produção da riqueza e a defesa permanente de direitos e da democracia.
A CUT foi formada por homens e mulheres, negros e negras, e por uma geração de lideranças que assumiu o seu lugar na história deste país.
Na década de 1980 abrimos as portas da democracia. No movimento das Diretas Já, a classe trabalhadora estava nas ruas. Lutamos corajosamente em prol de uma Constituição Cidadã e Inclusiva.
Na década de 1990 enfrentamos a onda neoliberal e impedimos que o patrimônio do povo brasileiro fosse devorado pelas elites econômicas.
Nos anos de 2000 enfrentamos o desemprego, a fome e a desesperança. Em 2002, porém, elegemos o metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva para presidente do Brasil e a esperança retornou as nossas trincheiras.
Fomos às ruas contra o golpe que tirou a presidenta Dilma. Quando o golpista Temer tentou nos aniquilar com a reforma trabalhista, convocamos uma greve
Quando o corpo do nosso presidente Lula foi injustamente aprisionado, passamos a ser a sua voz e os seus sonhos. Passamos a ser os seus pés nas ruas, lutando pela democracia contra o governo fascista. Espalhamos as suas ideias de um país soberano e sem fome.
Em 2019 convocamos uma greve geral que mobilizou 45 milhões de trabalhadores e trabalhadoras e paralisou mais de 375 cidades contra a reforma da Previdência do governo genocida.
Durante a pandemia e a tirania fascista não nos acovardamos. Devolvemos o Brasil para os trabalhadores e as trabalhadoras.
Agora somos convocados para a grande tarefa de reconstrução do país. Estamos vivos, esperançosos, com capacidade de luta e gritamos em alto e bom som: “Somos CUT, somos fortes!”
Carlos Maringuella nos ensinou que a ‘a única luta que se perde é aquela que se abandona’.
Aqui estão as lideranças que não abandonaram a luta.
Ante a guerra imperialista, aqui estão os que clamam por paz.
Ante o império do mercado, aqui estão os que defendem a vida como valor máximo,
Ante a discriminação racial, aqui estão os que combater o racismo estrutural.
Ante os que tentam negar a diversidade humana, aqui estão os que aconhem a riqueza de todas as formas de ser.
Ante a pobreza e a fome, aqui estão os que lutam por distribuição de renda.
Ante a imposição do silêncio, aqui estão os que entoam palavras de ordem e de liberdade.
Ante os privilégios das elites, aqui estão os que exigem igualdade.
Ante a destruição dos direitos, aqui estão os que respondem com a organização da çlassse trabalhadora.”
João Marcelo dos Santos, historiador e assessor da Executiva da CUT-RS
Fotos: Matheus Piccini / CUT-RS e Maí Yandara / CPERS
Fonte: CUT-RS