Ato em Porto Alegre exige juros baixos e saída de Campos Neto do BC

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Diretores do Sindiserf/RS participaram da atividade no centro de Porto Alegre 

 

Foto: Renata Machado (Sindiserf/RS)

Centenas de trabalhadores e trabalhadoras exigiram juros baixos para aquecer a economia, gerar empregos, combater a fome e fazer o Brasil crescer, durante ato realizado no final da manhã desta terça-feira (20), em frente à sede do Banco Central (BC), no Centro Histórico de Porto Alegre.

Também foi exigida a saída imediata do presidente do BC, Roberto Campos Neto, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com mandato até 31 de dezembro de 2024. Ele tem defendido a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, a mais alta do mundo.

O destaque deste terceiro protesto contra os juros altos na capital gaúcha em 2023 foi a participação de uma caravana de metalúrgicos e metalúrgicas, organizada pela Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos (FTM-RS) e sindicatos filiados, que vieram de vários municípios. Após concentração na Praça Pinheiro Machado, no bairro São Geraldo, a marcha tomou a Avenida Farrapos e foi até a sede do BC.

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Foto: Renata Machado (FTM-RS)

O ato marcou o Dia Nacional de Luta contra os Juros Altos, convocado pela CUT e centrais sindicais, com apoio de movimentos sociais e partidos políticos comprometidos com a redução dos juros.

A manifestação foi realizada no primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que termina no final da tarde desta quarta-feira (21) com o anúncio da Selic para o próximo período.

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Foto: Matheus Piccini/CUT-RS

Quem perdeu as eleições não pode governar

“Nós temos que reconstruir o Brasil. Temos que ter saúde, moradia, mobilidade urbana e serviços públicos de qualidade. O pacote do Campos Neto é o projeto que foi derrotado nas eleições. Não são eles que governam. Logo depois do golpe, criaram a independência do Banco Central. Mas para quem interessa isso? Só para os banqueiros e rentista”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

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Foto: Rafaela Amaral (STIMMMEC)

Para ele, “juro alto e a taxa Selic na estratosfera é mais fome, é mais miséria, é mais desemprego, menos serviços público e menos carreiras públicas”.

“Desde o início do ano estamos aqui para dizer: fora altas taxas de juros e fora Campos Neto. Ele compromete a soberania do país. É tudo um plano para inviabilizar o governo do Lula”, denunciou Amarildo.

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Foto: Matheus Piccini/CUT-RS

Campos Neto é um sabotador do país

O vice-presidente da CUT-RS, Everton Gimenis, que coordenou o ato, apontou que “a população não aceita esse boicote contra o governo. Esse juro é o maior juro real do mundo. Não tem como gerar emprego e fazer política social assim.

“Por isso, é importante a população sair para a rua e protestar. Campos Neto é um sabotador do país porque essa história de autonomia do Banco Central é mentira, porque não existe autonomia no sistema financeiro”, frisou Gimenis.

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Foto: Matheus Piccini/CUT-RS

BC é dependente da política dos ricos

O presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Luciano Fetzer, ressaltou que “é um absurdo completo a taxa de juros do Brasil. É inaceitável essa política de juros. Campos Neto é o legado do governo anterior, que fala que o Banco Central é independente”.

“Nós, bancários, podemos dizer, com tranquilidade, que esse BC não tem nada de independente. Ele é dependente do capital estrangeiro e da especulação. Esse BC é dependente da política dos ricos. Hoje ele nega, a um governo legalmente eleito, a definição da política de juros”, enfatizou Luciano.

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Foto: Camila Kila/ SindBancários

Governo não pode ser impedido de ter política de juros

“Nós estamos aqui para tratar do problema central para a população brasileira. Queremos falar do pão na mesa da classe trabalhadora, estamos falando do emprego para nossos filhos e estudantes”, disse a presidente estadual do PT, Juçara Dutra.

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Foto: Reprodução Instagram

Para ela, é uma “deformação” a independência do Banco Central. “O presidente do BC se dá o direito de impedir o governo de fazer uma política de juros”, criticou. “Por isso não estamos aqui para falar de problemas técnicos, estamos aqui para repudiar uma política que ataca diretamente o bolso de brasileiros e brasileiras menos favorecidos.”

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Foto: Matheus Piccini/CUT-RS

Brasil não pode ficar refém da política de juros do BC

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre, Adriano Filipetto, salientou que “o Brasil não pode ficar refém dessa política de juros do Banco Central que o Campos Neto está fazendo. Então, os metalúrgicos e as metalúrgicas estão na rua para combater os juros altos e poder explicar para a população”.

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Foto: Matheus Piccini/CUT-RS

O presidente da FTM-RS, Lírio Segalla, que encerrou a manifestação, ressaltou que a mídia divulga o Banco Central como autônomo e independente, o que não é verdade. “Mais de três mil economistas assinaram um manifesto contra os juros altos e isso não sai na mídia, porque há o interesse do capital financeiro”, afirmou.

“Por isso, estamos nas ruas, queremos discutir distribuição de renda, emprego e investimento na indústria e com os juros a 13,75% não tem como avançar”, defendeu Lírio.

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Foto: Rafaela Amaral (STIMMMEC)

Houve ainda manifestações de dirigentes da CTB, Força Sindical, UGT e CSB, além do PSB.

Durante o ato, foi servido uma comida saborosa preparada por uma das cozinhas solidárias que integram o projeto CUT com a Comunidade, simbolizando a unidade da classe trabalhadora na luta contra os juros altos para combater a fome e reconstruir o Brasil.

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Foto: Matheus Piccini/CUT-RS

Assista à transmissão da CUT-RS

 

Fonte: CUT-RS

Foto de abertura: Matheus Piccini (CUT-RS)