O governo federal encaminhou proposta de reajuste para 2023 formalizada aos servidores federais. Para salários o reajuste apresentado é de 7,8% sobre a atual remuneração da categoria, que considera o vencimento básico nos contracheques, a partir de 1º de março de 2023. No auxílio-alimentação, o mais defasado entre os Poderes, o governo propõe reajuste de 43,6%, que faria o valor passar dos atuais R$458 para R$658. Esse seria o limite previsto considerando variação acumulada do IPCA de fevereiro de 2016 a fevereiro de 2023. O governo ainda apresentou pontos de pautas não remuneratórias, incluindo retomada das mesas setoriais para tratar questões específicas das carreiras do Executivo Federal, além de apontar como será o tratamento dos pleitos e propostas para 2024. Confira a íntegra da proposta clicando aqui.
Uma reunião no Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos está confirmada para o dia 28 de fevereiro, quando os representantes do funcionalismo devem levar resposta formal dos servidores ao governo sobre o que foi apresentado. Até lá, assembleias nos estados devem ser realizadas para que a categoria diga se aceita ou não o que foi apresentado. A maioria dos servidores federais está com salários congelados há sete anos e acumulam perdas salariais nesse período que podem superar 40%. Só nos quatros anos de governo Bolsonaro as perdas foram da ordem de 27%.
Espaço para melhorar proposta
Para a Condsef/Fenadsef há espaço para debate que possibilite ampliar o orçamento previsto para remuneração do funcionalismo. A entidade considera importante, além de debater o percentual de reajuste emergencial, incluir a necessidade de reajustar o valor da contrapartida que o governo paga nos planos de saúde da categoria. Hoje os servidores arcam em média com 70% desse valor. Vale destacar que a Geap, plano de autogestão que atende a maioria dos servidores e seus familiares, já anunciou reajuste de 9% em seus planos. Esse benefício, diferente do auxílio-alimentação que contempla apenas servidores ativos, também alcança aposentados e pensionistas.
“Sabemos das dificuldades no cenário, existe uma ansiedade grande da categoria, mas seguiremos em busca do atendimento de pautas emergenciais que consideramos urgentes e justas, pois é preciso que o governo também leve em conta o histórico de arrocho que vem sendo imposto a maioria dos servidores federais nos últimos anos”, argumentou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef/Fenadsef. Ainda que seja muito positivo o retorno do diálogo permanente entre a categoria e o governo, a mobilização, unidade e luta dos servidores seguirão sendo fundamentais para o avanço nessas reivindicações urgentes.
Fonte: Condsef/Fenadsef
Foto: Marcelo Casal Jr/Agência Brasil