Entidades filiadas à CUT que compõem a Aliança das Três Esferas se reuniram em uma Plenária Nacional virtual nessa quinta-feira, 19. Em meio ao feriado, os servidores promoveram um debate que busca reforçar o processo de mobilização e resistência frente à instalação do grupo de trabalho (GT) na Câmara dos Deputados que tem como objetivo apresentar uma reforma administrativa – que pode incluir diferentes tipos de proposições como PEC, PLP e PL – ainda no mês de julho. Na segunda, 23, as entidades voltam a se reunir para aprovar um calendário amplo de atividades.
A Plenária contou com a participação do Diap e da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Serviço Público, com a presença do deputado federal Pedro Uczai (PT-SC).
Federais, estaduais e municipais referendam atividades já apontadas em outra plenária online realizada na terça, 17, e que incluem participação em mais um ato virtual no dia 1° de julho e de um Seminário no dia 8 convocado pela Frente no Auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados.
Há unanimidade entre as entidades ao afirmar que a mobilização e a luta são o único caminho possível nesse cenário. Por isso, a mobilização contra essa ameaça ao serviço público imposta pela reforma administrativa e pressionada por uma aliança político-empresarial em curso, seguirá crescente.
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O diretor de Documentação do Diap, Neuriberg Dias, chamou atenção para essa forte aliança entre o Congresso e o mercado. “Temos um Congresso que está do lado do mercado. Votações têm dificultado o equilíbrio do orçamento e a distribuição de renda. Esse GT tem uma visão de Estado mínimo, como a do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), relator do grupo. É um movimento claro para atingir o movimento sindical e desmontar o serviço público”, avaliou.
Não por acaso o debate imposto em ritmo acelerado pelo GT na Câmara inclui diversas frentes de ataque que mexem em pilares de sustentação da própria Constituição. Para as entidades, não resta dúvida de que não é só um ataque aos servidores. É um ataque que quer acabar com as políticas voltadas para o povo brasileiro.
O deputado Pedro Uczai reforçou que a única saída é a mobilização ativa e permanente. “A mobilização precisa se fortalecer. Está prevista a apresentação do relatório preliminar. Precisamos estar lá para mostrar a força do movimento sindical. Movimentem audiências públicas nos seus estados, pressionem os deputados e deputadas. Não tenham dúvidas: a intenção deles é retirar direitos”, afirmou.
Graça Costa, secretária de Organização e Política Sindical da CUT Nacional, destacou o caráter contínuo e articulado dos ataques. “É um assunto complexo. Eles não dormem e nós não podemos dormir. Precisamos ter estratégia e mobilização para que mais direitos não sejam retirados. É uma avalanche de ataques para fazer com que o Estado brasileiro seja privatizado, pejotizado. Resta a nós a luta”, enfatizou.
O combate ao discurso simplista de que o serviço público “não presta” é um desafio e precisa ser prioridade nesse momento para barrar a tramitação de qualquer reforma que promova o enfraquecimento do serviço público.
O compromisso é intensificar a luta nas ruas, nas redes e no Congresso, organizando a resistência em todos os estados e fortalecendo o diálogo com a sociedade.
A mensagem da Aliança das Três Esferas é unânime: o serviço público tem quem o defenda. Não haverá trégua diante dos ataques, e o movimento sindical seguirá mobilizado pela defesa do serviço público, dos direitos e da democracia.
Fonte: Aliança das Três Esferas
Foto: Reprodução/DR
