Ato pelo fim da violência contra as mulheres toma as ruas de Porto Alegre

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A escalada da violência de gênero no Brasil levou milhares de pessoas às ruas neste fim de semana. Em Porto Alegre, o ato realizado no ultimo sábado (6), na Praça da Matriz, denunciou o aumento dos feminicídios no país e marcou o encerramento do Festival Mulheres em Luta (MEL), além da inauguração da sede do movimento.

Uma intervenção artística com dezenas de pares de sapatos, conduzida pela atuadora Tânia Farias, da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, representou as mulheres assassinadas, evocando seus nomes e suas histórias. Após a performance, manifestantes caminharam até a Casa MEL, em cortejo conduzido pelo Bloco das Pretas.

A mobilização ocorre em um cenário alarmante. Dados nacionais apontam aumento de 26% nas tentativas de feminicídio em 2024 e mais de 1.075 mulheres assassinadas em 2025 até setembro. No Rio Grande do Sul, o Observatório de Feminicídios Lupa Feminista registra 79 feminicídios até 5 de dezembro, número que já supera todo o ano de 2024.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-RS, Luciana Nunes, a violência é resultado direto do avanço conservador: “Os atos deste fim de semana mostram que nós, mulheres organizadas, resistiremos às tentativas de nos calar. O feminicídio é reflexo do discurso de ódio que cresce quando nossos direitos avançam. Não nos calaremos. Lutaremos até que todas sejamos livres.”

Representantes de movimentos feministas, organizações sociais e autoridades reforçaram a necessidade de políticas de prevenção, responsabilização do Estado e ações permanentes. Também houve mobilização de homens no Parque da Redenção, no Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência Contra a Mulher, defendendo responsabilidade e engajamento masculino no enfrentamento ao machismo.

Na próxima quinta-feira (11), a Comissão Externa de Feminicídios da Câmara dos Deputados divulgará relatório sobre a situação no Rio Grande do Sul.

 

Fonte: CUT-RS

Foto: RAFA DOTTI/BF