Por que somos contra a PEC 38/25, a Reforma Administrativa inimiga do povo

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A Condsef/Fenadsef convida à leitura integral do artigo “Por que somos contra a PEC 38/2025, a Reforma Administrativa Inimiga do Povo!”. Assinado pelos diretores da entidade, Edison Cardoni e Mônica Carneiro, com supervisão técnica da advogada e assessora Jurídica, Camilla Cândido, o texto denuncia os riscos profundos embutidos na proposta de Reforma Administrativa que tramita no Congresso Nacional, batizada pelas entidades como a “PEC Trezoitão”.

O texto mostra que a PEC 38/2025 não é uma proposta de modernização ou eficiência, como tenta fazer crer o discurso oficial. Trata-se, na verdade, de uma nova ofensiva contra os direitos trabalhistas, previdenciários e contra os serviços públicos, articulada por entidades patronais, bancos, ONGs e movimentos financiados pelo grande capital.

Entre os principais efeitos nocivos identificados estão:

  • Corte de verbas e precarização dos serviços públicos;
  • Demissão de servidores por “insuficiência de desempenho”, fragilizando a estabilidade e a independência funcional;
  • Expansão de vínculos temporários e terceirizações, com o consequente enfraquecimento do Regime Jurídico Único (RJU);
  • Subordinação das políticas públicas a interesses privados e tecnocráticos, transferindo poder de decisão dos eleitos para órgãos de controle e ONGs;
  • Aumento da desigualdade entre servidores, estimulando a competição por bônus e gratificações;
  • Desmonte da negociação coletiva e arrocho salarial de aposentados;
  • Avanço da lógica de privatização e “onguização” do Estado.

Quem está por trás da PEC

O texto detalha que a PEC foi construída sob forte influência de federações empresariais e entidades financeiras, como Fiesp, CNC, CNT, CNF e CEBRASSE, e de ONGs que se autodeclaram apartidárias, mas defendem a flexibilização das relações de trabalho e a transferência de funções públicas para o setor privado.

Essas organizações funcionam como “máscaras técnicas” de um projeto político ultraliberal, que busca consolidar um Estado mínimo e fiscalista, subordinado aos interesses do capital financeiro.

 

O “Cavalo de Troia” da modernização

Sob o pretexto de “modernizar” o Estado, a PEC 38/2025 recria os mesmos pilares da PEC 32/2020, proposta no governo Bolsonaro e barrada pela mobilização dos servidores.

O artigo desmonta a retórica dos “quatro eixos” do relator Pedro Paulo (PSD-RJ), mostrando que o conteúdo real da proposta está voltado para:

  1. Ajuste fiscal permanente em favor dos bilionários;
  2. Flexibilização das relações de trabalho e arrocho salarial;
  3. Esvaziamento dos poderes eleitos e avanço da tecnocracia;
  4. Privatização, terceirização e desregulamentação do serviço público.

A análise conclui que, por trás da retórica técnica e da suposta neutralidade, o que se impõe é um projeto de desmonte do serviço público e de reconfiguração do Estado sob a lógica do mercado.

A luta contra a PEC 38/2025 não é apenas uma pauta corporativa. Trata-se da defesa do Estado brasileiro como garantidor de direitos, da proteção aos serviços públicos essenciais e da manutenção da soberania nacional frente aos interesses do grande capital.

Confira aqui a íntegra do texto

 

Fonte: Condsef/Fenadsef

Foto: Reprodução/DR