CUT-RS debate os impactos da transição energética nos trabalhadores e trabalhadoras

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Trabalho e meio ambiente são temas interligados e pensando nisso, a CUT-RS organizou o Seminário de Transição Energética e o Mundo do Trabalho, que aconteceu na manhã de sexta-feira (13), na sede do Sindbancários, em Porto Alegre. O secretário-geral do Sindicato dos Servidores e Empregados Federais do RS (Sindiserf/RS), Walter Morales Aragão e o secretário de Formação da entidade, Leonardo Toss, participaram do seminário.

O evento teve uma fala de abertura do presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, que destacou a importância de discutir o meio ambiente e o trabalho como pautas conjuntas. “Os trabalhadores e trabalhadoras não podem pagar a conta dos desastres ambientais”, destacou Cenci.

A Secretária Nacional de Meio Ambiente da CUT, Rosalina Amorim, também destacou a necessidade de lutar contra o negacionismo climático no RS. “Pensando a questão da transição energética é urgente que a gente repense um novo modelo, incluindo o trabalhador e a trabalhadora nesse novo contexto”, explicou Rosalina.

 

 

Trabalho e Clima

A primeira mesa do seminário “Trabalho e Clima”, mediada pela dirigente do Sindbancários, Ana Berni Helebrandt, a mesa contou com a participação da Secretária Nacional de Meio Ambiente da CUT, Rosalina Amorim, o professor de Geografia da UFRGS, Prof. Dilermando Cattaneo, o representante do Movimento Nacional de Catadores e Catadoras de Material Reciclável (MNCR), Fagner Jandrey e o engenheiro e representante dos movimentos sociais, Eduardo Ragusi.

O mundo do trabalho está cada vez mais impactado pelas mudanças climáticas, chuvas, enchentes, ondas de calor e frio intenso, mostraram nos últimos anos inúmeros casos que impactaram diretamente os trabalhadores. O último episódio mais devastador foi a enchente de maio de 2024, que prejudicou centenas de trabalhadores, que perderam seus trabalhos, suas casas.

Durante a primeira rodada do seminário foram abordados temas como o racismo ambiental, que fica cada vez mais evidente diante de catástrofes como as enchentes de maio. “A gente precisa enfrentar o racismo ambiental, reconhecer que existe e enfrentar as emergências climáticas”, destacou Fagner Jandrey.

Além disso, o agronegócio também foi pauta da mesa, os palestrantes reconhecem o impacto que a pecuária e a monocultura possuem na economia e no bioma brasileiro. “O agronegócio é o responsável direto pelas mudanças climáticas no Brasil”, afirmou o professor, Dilermando Cattaneo. Ele também pontuou a crise climática a partir do avanço do neoliberalismo e suas repercussões sobre a classe trabalhadora.

 

Transição Energética

Já a segunda mesa do seminário “Transição Energética, impactos e possibilidades para o Rio Grande do Sul” foi mediada por Arilson Würsh e contou com a participação de Nelson Karam do Dieese, da diretora do Sindipetro/RS, Miriam Cabreira, o Frei Sérgio do Instituto Padre Josimo e o presidente do Senergisul RS, Antônio Jailson da Silva Silveira.

 

 

A transição energética e as fontes de energia foram pauta na segunda rodada da mesa, os palestrantes discutiram a situação atual da produção e consumo de energia elétrica no país. O impacto de medidas como a compra de créditos de carbono por empresas e países que poluem, sem uma solução viável para a degradação e poluição do planeta. Além disso, o transporte, os agentes poluentes e o protagonismo dos trabalhadores nessa transição também fizeram parte da conversa.

 

Sindiserf/RS presente na atividade

Segundo o secretário-geral do Sindicato, Walter Morales Aragão, o seminário foi muito pertinente. Ele destacou a informação de que a Cúpula dos Povos será permanente e já no próximo dia 23, ocorre uma reunião da Cúpula sobre o bioma Pampa. “O bioma Pampa está localizado na metade sul do RS, historicamente é a região com a economia menos dinâmica”, disse.

Para Walter, ficou nítida a complexidade da questão tratada no seminário. “Em termos de segurança do sistema elétrico brasileiro, as termoelétricas são muito importantes, considerando que o limite hídrico do Brasil já foi atingido e os sistemas, solares e eólicos, são muito flutuantes”, considerou ele.

O dirigente acredita que é o termo “transição” dá a dimensão política desse debate. “É necessário que os economistas enxerguem o sistema termoelétrico brasileiro como pequeno, mas importante.”

Em sua intervenção, no debate após a primeira mesa, Walter salientou que no capitalismo o serviço público é salário indireto para a classe trabalhadora. “Por isso, é fundamental que a gente se atente que o sucateamento, privatização e extinção dos serviços públicos, neste contexto, é corte de renda para a classe trabalhadora”, afirmou ele, que encerrou citando a frase do filósofo espanhol José Ortega y Gasset: “Eu sou eu e minhas circunstâncias.”

 

 

Representação

O encontro também contou com um momento de debate entre os palestrantes e os sindicalistas presentes no encontro. Durante o debate foi destacada a importância desse tema para o sindicalismo, é preciso entender o impacto que a transição energética traz para os trabalhadores.

O seminário foi organizado pela CUT/RS, SindBancários Poa, SindiPetro/RS, Escola Sul da CUT, Aurora Lab, Sinpro/RS Ambiental, Sindiserf/RS, Sindiágua/RS, Adufrgs/Sindical, Comitê Popular da Cristovão, Senergisul, Sindipolo/RS e Dieese.

 

Fonte: Sindiserf/RS com CUT-RS

Fotos: CUT-RS