Um levantamento da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) revelou que mais de 35 mil servidores públicos federais estão, pelo menos, no segundo cargo dentro do governo. Esse fenômeno ocorre quando um servidor passa em um concurso, ocupa um cargo e, após algum tempo, se inscreve e é aprovado em uma nova seleção, conquistando uma nova posição na máquina pública.
De acordo com os dados, 75% dos servidores que mudaram de cargo fizeram isso em até quatro anos e meio após sua primeira aprovação.
O estudo, realizado pela Enap a partir de informações do sistema de pagamento da administração pública federal, abrange o período desde 2000 e mostra um panorama da mobilidade de servidores ao longo dos anos. Atualmente, existem 514,2 mil servidores federais ativos no Brasil.
Análise histórica
O estudo também apresenta uma análise histórica da mobilidade de servidores desde 2000. O ano de 2014 registrou o maior pico de trocas de cargos, com mais de 2.600 mudanças. O ano de 2006 também teve um número relevante, com 2.500 mudanças, enquanto 2003 foi o período de menor movimentação, com apenas 500 trocas.
Do total de servidores que trocaram de cargo, 33,1 mil mudaram uma vez e 3.200 trocaram duas vezes. A pesquisa também aponta que, em sua maioria, as trocas acontecem rapidamente, com 75% dos servidores fazendo a transição dentro de um período de quatro anos e meio após a primeira aprovação.
Cargos com rotatividade
Os cargos mais suscetíveis à rotatividade são os de assistente administrativo (nível médio), com 4.700 saídas, seguidos por agentes administrativos (1.800 saídas) e professores de ensino básico, técnico e tecnológico (1.200 saídas).
Um total de 3.200 servidores chegou a trocar de cargo por duas vezes, ou seja, ingressaram em um concurso, passaram em um cargo melhor e continuaram a buscar novas oportunidades até serem aprovados novamente.
Composição demográfica
A pesquisa também avaliou a composição demográfica do quadro de servidores, revelando que 54,4% dos servidores ativos são homens, enquanto 45,6% são mulheres.
A diferença de gênero é mais acentuada entre os servidores que ingressaram no serviço público antes de 2001, quando 62% dos servidores eram homens e 38%, mulheres.
Fonte: Extra
Foto: José Lourenço/Divulgação