É urgente defender o povo gaúcho! É preciso assumir responsabilidades!

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É urgente defender o povo gaúcho! É preciso assumir responsabilidades!

 

 

336 municípios do Rio Grande do Sul estão em estado de calamidade reconhecido pelo governo federal. Todo o Brasil acompanha o aprofundamento da crise humanitária, sanitária e com profundos efeitos econômicos para os trabalhadores. Milhares estão sem casas, fábricas e comércio sob as águas, familiares permanecem desaparecidos e a população sofre com o desmonte prolongado dos serviços públicos e da rede de assistência social.

Imediatamente a CUT/RS lançou uma campanha de solidariedade e acolhimento de desabrigados. Nossos sindicatos em todo o Rio Grande do Sul se engajaram no abrigo, na arrecadação de donativos e na produção de refeições.

Essa catástrofe possui responsáveis

Fatos para comprovar o descaso do Estado não faltam, não se trata somente de uma crise provocada pela resposta da natureza pela permanente e caótica agressão pelos negócios dos grandes proprietários de terra. A crise, pelo menos em seu alcance, poderia ser menor se houvesse um plano de manutenção e ampliação dos meios de proteção das cidades. Só no ano passado foram três situações de enchentes e alagamentos, sendo a mais grave em setembro, vitimando 54 pessoas e milhares ficaram desabrigadas. Mas boa parte dos governantes dos nossos municípios se preocupam apenas em privatizar e precarizar as políticas públicas. Esse é o caso do Melo (MDB), prefeito da maior cidade do RS, sempre empenhado no sucateamento do DMAE para justificar a sua privatização e Eduardo Leite (PSDB) que liquidou a CEEE e a Corsan e destinou um orçamento ridículo à defesa civil. São gestões sucessivas da mesma política de desmonte. É um escárnio “sugerir” que a população “vá para a praia” como fez o prefeito de Porto Alegre.

Nenhum deles, mesmo frente a crise, concluirão que estavam errados. A saída deles é “mais mercado”, menos assistência e serviços públicos. Afinal, porque não prepararam um plano de abertura de espaços públicos de escolas e ginásios para acolhimento de populações desabrigadas com espaços para a alimentação, banho e segurança?

É preciso medidas emergenciais!

Saudamos a presença do presidente Lula e seus ministros no Rio Grande do Sul. Agora é hora de medidas emergenciais para a manutenção de empregos e salários, um projeto para construção de casas populares e de rodovias e auxílio-emergencial para a subsistência das famílias atingidas. Nesta perspectiva defenderemos um espécie de PAC específico para reconstruir o RS.

Uma parte significativa dos recursos federais estão nas mãos de deputados e senadores gaúchos, que controlam emendas milionárias. Defendemos que os recursos das emendas parlamentares sejam destinados pelo executivo para atender estas necessidades.

A agricultura familiar afetada pela inundação precisa de uma atenção especial dos governantes. Esse segmento, tão importante para economia brasileira, não pode ser esquecido neste momento tão devastador. Esse é também o momento de fortalecer práticas inovadoras de produção agrícola menos agressiva ao meio ambiente.

Reivindicaremos também que pequenos e médios empreendedores, que já estavam sendo alvo de políticas de crédito facilitado, tenham prioridade para reerguer seus negócios atingidos pelas enchentes.

Tanto o governo do Estado quantos os prefeitos devem dispor dos espaços públicos (ginásio, escolas, etc.) para acolher os desabrigados e organizar um plano de distribuição de refeições e atendimento digno. Existe uma quantidade considerável de imóveis públicos em desuso que podem ser adaptados para moradia popular. Nos próximos meses é urgente a ampliação das moradias sociais para abrigar famílias que tiveram suas casas completamente destruídas.

A CUT é uma Central Sindical comprometida com a defesa de trabalhadores da iniciativa privada, pública, agricultores familiares e trabalhadores autônomos. Devemos urgentemente proteger os trabalhadores e trabalhadoras que estão impedidos de acessar seus locais de trabalho para que não sejam penalizados pelos seus empregadores.

A solidariedade de classe

A solidariedade é algo inerente a classe trabalhadora e ao povo gaúcho. Nos impressiona como a população do Rio Grande do Sul se mobilizou para minimizar os impactos das enchentes. O povo gaúcho e brasileiro está dando uma profunda demonstração de solidariedade. Isso nos enche de esperança pois sabemos que a preparação de uma sociedade menos injusta e ambientalmente sustentável só será possível com ações coletivas, democráticas e solidárias.

A CUT/RS e os sindicatos filiados continuarão defendendo condições dignas de vida do povo, cobrando do Estado as medidas necessárias para diminuir o sofrimento e permitir que toda essa tragédia não ocorra novamente! Procure o seu sindicato, participe da campanha de solidariedade da CUT. É hora de reforçar nossa luta e nossas entidades!

CAMPANHA COLETIVA DE ARRECADAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS.

 

Segue os dados bancários da CUT/RS para doações:

Banco Nº 133 – CRESOL 02

 CNPJ: 60.563.731/0014-91

Agência 5607

Conta corrente 18.735-6

 PIX: 51996410961

 Porto Alegre, 6 de maio de 2024.

 

RESOLUÇÃO DA DIREÇÃO ESTADUAL DA CUT DO RIO GRANDE DO SUL

Amarildo Pedro Cenci, Presidente da CUT/RS

Fonte: CUT/RS