Negociações com governo não avançam e servidores não descartam greve

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Retomada nesta quarta-feira (28) a Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) terminou mais uma vez sem o avanço que servidoras e servidores públicos federais esperavam. O secretário-geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva, deixou a reunião reafirmando a necessidade de reforço da mobilização.

Atos e mobilizações aconteceram em diversos estados. Mas mesmo com aumento da pressão, o MGI informou que o governo não acatou a contraproposta unificada apresentada pela bancada sindical e que apenas em três meses uma nova reunião da mesa deve acontecer. A Condsef/Fenadsef deve agendar nos próximos dias uma reunião com suas filiadas para debater um calendário de ação. Uma greve do funcionalismo não está descartada.

“É lamentável que não haja avanços nas negociações com o governo federal”, disse a secretária-geral do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Federais do RS (Sindiserf/RS), Eleandra Raquel da Silva Koch. Para ela o reajuste zero em 2024 enfraquece o Serviço Público. “Pouco adianta novos concursos, se não valorização das carreiras do serviço público. O caminho é aumentar a mobilização e a pressão contra uma proposta que, na prática, é de arrocho salarial”, declarou.

 

Por direitos e dignidade. Nenhum servidor fica para trás

Na contraproposta unificada, além da equiparação dos benefícios com os demais Poderes, os servidores do Executivo buscam a reposição de perdas salariais das categorias, sendo os percentuais construídos a partir de dois blocos distintos.

O primeiro bloco são das categorias que tiveram reajuste bianual (2016 e 2017) e o segundo das categorias que tiveram reajuste em quatro anos (2016, 2017, 2018 e 2019). Os 9% do reajuste emergencial concedidos em 2023 pelo governo Lula também estão no cálculo. A equiparação dos benefícios do Executivo com os dos outros poderes e revogação de todas as medidas e regramentos infraconstitucionais do desgoverno Bolsonaro também seguem sendo cobrados na MNNP.

Entre 2024 e 2026 os servidores do Bloco I teriam reajuste de 10,34% (total 34,32%), enquanto os servidores do Bloco II teriam 7,06% (Total 22,71%).

 

Arrecadação e reajuste

Uma mudança no cenário, ainda segundo o MGI, dependeria do aumento na arrecadação, o que já aconteceu em janeiro com o governo registrando quase R$ 80 bilhões em superávit, um avanço de mais de 7% em termos reais.

A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) participou do ato apoiando os servidores e reforçou que há verba para investimento no setor público e que reajuste zero para o funcionalismo público não cabe em um governo que quer combater a fome e enfrentar as desigualdades sociais.

 

Fonte: Condsef/Fenadsef

Foto: Imprensa/Condsef