Barrar a direita no país requer organização dos trabalhadores, diz Humberto Costa

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A abertura do segundo dia do 14º CONCUT, nesta sexta-feira (20), se deu com a mesa “CUT e a Conjuntura: Perspecivas e Desafios”, com a participação do senador e vice-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Humberto Costa. e do secretário-geral da Central Sindical das Américas (CSA), Rafael Freire. Ao lado do presidente da CUT, Sérgio Nobre, o senador reforçou que a luta contra as forças extremistas no Brasil ainda não está vencida.

“O que permitirá barrar um projeto de extrema direita, fortemente neoliberal, anti-estado, ruim para a população não será somente termos um governo progressista, mas o povo organizado, a classe trabalhadora, os sindicatos ocupando e brigando em todos os espaços”, afirmou o senador.

Costa chamou a atenção para a mudança de perfil ideológico do que representa hoje o chamado centrão no Congresso Nacional. Segundo o senador, se antes o grupo composto por políticos de oposição mais alinhados com a direita se expressava como “fisiológico”, ou seja, tomava decisões baseados em interesses privados e pessoais, “hoje eles são legítimos representantes do sistema financeiro. Possuem uma pauta própria, e defendem interesses específicos, o que cria um ambiente de articulação política para o governo muito mais complexo. Não trabalhamos mais como em 2002 para fazer avançar o nosso projeto político, mas também para barrar que a pauta deles siga adiante.”

 

 

A relevância tanto dos trabalhadores organizados quanto dos movimentos populares também foi destaque na avaliação feita pelo secretário-geral da Central Sindical das Américas (CSA), Rafael Freire, que chamou a postura participativa e combativa dos sindicatos dentro do contexto político, social e econômico mais amplo de “alianças sociais”.

“Nós precisamos disputar o mundo que queremos viver. A nossa ação sindical vai defender o que conseguimos conquistar dos direitos das mulheres, das pessoas negras, da população LGBTQIA+, ou vamos ver tudo isso acabar? É nosso papel defender os valores civilizatórios. Nesse claro e escuro entre governos progressistas e avanço da extrema-direita, perdemos, em muito pouco tempo, coisas que levamos décadas para construir”, afirmou o secretário-geral da CSA.

Rafael chamou atenção ainda para a mudança no perfil dos trabalhadores de quando a CUT foi fundada, há 40 anos, com os de hoje, fortemente impactados pelas transformações tecnológicas, como a economia dos aplicativos e automação de postos de trabalho, e também pela precarização e desvalorização do trabalho como força social.

“É preciso compreender como a ação sindical se articula com o mundo. O que passamos aqui (no Brasil) não é uma exclusividade nossa. A fortaleza de uma ação sindical deve ser  estar articulada com outros sindicatos do mundo. O que passamos aqui, passamos também na Argentina, no Panamá, em Honduras. Os ataques são os mesmos. O problema é que tendemos a responder esses ataques isoladamente”, defendeu o dirigente sindical.

 

Fonte: CUT Nacional

Foto: ROBERTO PARIZOTTI