O governo Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), têm visões conflitantes quando o assunto é reforma administrativa —tema no qual, segundo o deputado, a gestão petista tem que entrar “por bem ou por mal”.
O ponto de partida de Lira para as negociações, uma PEC (proposta de emenda à Constituição), não é do interesse do governo. O texto aprovado em comissão especial da Câmara inclui entre as carreiras típicas de Estado profissionais de segurança pública nas três esferas (municipal, estadual e federal). Na avaliação de integrantes do Ministério da Gestão, isso levaria a um aumento de gastos para o qual o governo não estaria preparado.
A PEC também permite a terceirização em cargos que não são típicos de estado, o que criaria um ambiente hostil dentro do serviço público, opondo os servidores com estabilidade aos que não teriam o benefício, avalia o governo.
A pasta da Gestão trabalha com uma reforma própria, que inclui, por exemplo, projetos que criam regras para concursos públicos e que limitam os supersalários –ambos estão no Senado. Outras alterações seriam apenas infralegais.
Para tentar solucionar o impasse, Lira e a ministra Esther Dweck devem se reunir depois do feriado de 7 de Setembro para analisar possibilidades de conciliação dos interesses.
Fonte: FolhaPress
Foto: José Cruz/Agência Brasil