Nota da CUT sobre a manutenção da taxa de juros

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O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), anunciou nesta quarta-feira (21), a manutenção da taxa básica de juros do país, a Selic, em 13,75% ao ano pela sétima reunião seguida.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) em nota se posicionou contrária à decisão do Copom em manter a taxa de juros em patamares extorsivos. A CUT que vem organizando uma série de protestos contra o índice de  da Selic, o maior do mundo, pede ainda que o Senado Federal retire da presidência do Banco Central, o bolsonarista Roberto Campos Neto, que segundo a entidade, deliberadamente, prejudica o Brasil ao fazer oposição ao governo Lula a partir de uma instituição essencial para o crescimento econômico sustentável do país, com geração de emprego e renda.

 

Leia a íntegra

Nota da CUT sobre manutenção da taxa de juros

Senado precisa agir: o Brasil está sendo boicotado

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de manter a taxa básica de juros, a Selic, em extorsivos 13,75%, mesmo diante de um cenário de queda da inflação e melhoria dos indicadores macroeconômicos é um atentado ao esforço do governo para a reconstrução do Brasil.

A autonomia do Banco Central e a manutenção de Roberto Campos Neto, um agente do então governo Bolsonaro, como presidente dessa instituição essencial à regulação macroeconômica, beneficiam a minoria de especuladores e rentistas, em prejuízo da classe trabalhadora, quem produz, comercializa, presta serviços, enfim, da maioria da população, que não aguentam as altas taxas de juros praticadas do Brasil.

A manutenção da taxa Selic obriga o governo a gastar mais na negociação dos títulos públicos federais. Mantê-la alta, desnecessariamente, prejudica o investimento produtivo e a geração de emprego e renda. Faz o governo gastar bilhões com juros e ficar com menos recursos para investir em saúde, educação, desenvolvimento científico, moradia, obras e fomentar o investimento produtivo.

Os investidores, por sua vez, preferem a especulação, com a qual conseguem ganhar muito fazendo pouco, e deixam de investir na produção, comércio e serviços, ou seja, impedem o país de gerar empregos.

As altas taxas de juros aumentam os preços, encarecem os empréstimos e empurram o consumo para baixo. Reduzem a capacidade de consumo, enfraquecem o comércio e paralisam a produção, impactando negativamente nos empregos.

Não há porque manter a taxa de juros nesse patamar elevado. A inflação está sob controle, a valorização do Real perante o dólar é uma realidade, o governo atua em todas as frentes para reconstruir o Brasil, mas o Banco Central tem agido como um poder à parte, na contramão da vontade da maioria da população e dos poderes constitucionais e das reais necessidades de um país em reconstrução.

A CUT em unidade com as demais Centrais Sindicais foram para as portas do Banco Central, em capitais em todo o país, nesta quarta-feira (20), denunciar os juros extorsivos e pressionar pela redução da taxa. Com a injustificável e inaceitável manutenção da Selic, a pressão agora será sobre o Senado, para que retire da presidência do Banco Central um homem que, deliberadamente, prejudica o Brasil, que faz oposição ao governo a partir de uma instituição essencial para o crescimento econômico sustentável do país, com geração de emprego e renda.

A lei de autonomia do BC, definida pela Lei Complementar nº 179/2021, prevê que o presidente do Banco Central pode ser substituído se for considerado inapto para cumprir com os objetivos do BC ou se renunciar. Em caso de demissão, é necessário o aval do Senado Federal. Campos Neto tem se demonstrado inapto, o que exige ação do Senado.

A Central Única dos Trabalhadores manifesta, mais uma vez, seu veemente repúdio a essa postura inaceitável do Banco Central e conclama toda a sua base, todas as organizações da sociedade brasileira e poderes constituídos para que solicitem que o Senado Federal tome as medidas cabíveis para retirar da presidência do BC um inimigo do Brasil.

Somos fortes. Somos CUT.

São Paulo, 21 de junho de 2023

Direção Nacional da CUT

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Fonte: CUT Nacional

Foto: Reprodução