Situação trágica dos Yanomami exige ações de vários ministérios, diz Nísia Trindade

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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, falou nesta quinta-feira (26) à imprensa sobre as ações da pasta diante da “face trágica” na situação dos indígenas yanomami em Roraima, revelada nos últimos dias. Segundo ela, o ministério já tinha uma missão “in loco”, considerando que desde a transição de governo já havia detectado “indícios” da gravidade da situação. Nísia disse que o governo acionou a Força Nacional do SUS, “uma grande construção que data de 2011 para atuar em casos de emergência”.

No início da semana, o Ministério da Saúde divulgou chamado para a inscrição de voluntários para atuar nesse grupo de atuação do Sistema Únicos de Saúde. Enfermeiros, médicos e fisioterapeutas já convocados atenderão pacientes na Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami, em Boa Vista. O cadastro é permanente, e convocações podem ser feitas em futuras missões.

“Estamos trabalhando nas bases onde temos atuação da secretaria de saúde indígena. O trabalho continuará a ser feito”, afirmou a ministra. De acordo com ela, o trabalho é desenvolvido por uma atuação interministerial. O Ministério de Desenvolvimento Social, por exemplo, é responsável pelas cestas básicas.

 

Hospital de campanha

Nísia destacou também o “importante trabalho sendo feito pela Aeronáutica, não só com aviões da FAB e profissionais de saúde, mas também no hospital de campanha sendo montado em Boa Vista”. O hospital começou a ser construído na terça-feira (24) junto à Casai na capital de Roraima. Parte da estrutura é transferida do Rio de Janeiro.

Dezenas de militares levantam as tendas de lona nas quais serão atendidos mais de 700 indígenas internados na unidade de saúde. A montagem do hospital está sob responsabilidade da FAB, com a coordenação dos ministérios da Defesa e da Saúde.

Os militares fazem também a distribuição de cestas básicas. No domingo (22), por exemplo, a FAB transportou mais de 2,5 toneladas de alimentos para a terra yanomami, utilizando aeronaves C-98 Caravan, além de helicópteros H-60 Black Hawk.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a região no último fim de semana para tomar conhecimento pessoalmente da crise sanitária e humanitária no território indígena, vítima da brutalidade ideológica do governo Jair Bolsonaro. As imagens que foram divulgadas da situação chocaram o mundo. O Ministério de Saúde decretou estado de emergência de saúde pública na Terra Indígena Yanomami.

Deputados do PT entraram com uma representação criminal no Ministério Público Federal (MPF) contra Bolsonaro por suspeita de crime de genocídio contra os povos Yanomami. A senadora eleita Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, e todos os ex-presidentes da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), também são alvos da ação.

 

Fonte: Rede Brasil Atual

Foto: Twitter/Força Aérea Brasileira